As orientações aos profissionais de saúde de todo o Rio Grande do Norte para a investigação clínica e epidemiológica dos casos de malformação, estabelecendo os fluxos de informação, diagnóstico e assistência aos pacientes acaba de ser oficializada na primeira edição do Protocolo sobre a microcefalia, lançado nesta quarta-feira (16) pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). A apresentação à imprensa foi feita pelo subcoordenador das Ações em Saúde (SUAS), João Bosco Filho e pela técnica responsável pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde (CIEVS), Suely Correia.
O documento já está disponível no site para consulta, no endereço: www.saude.rn.gov.br e a Sesap destaca que as informações e recomendações do documento são passíveis de revisões e modificações que podem ocorrer com o surgimento de novas evidências científicas, visto que ainda há lacunas nos estudos que envolvem a associação entre a microcefalia e a infecção pelo Zika vírus e também sobre as complicações da infecção por esse agente.
O protocolo orienta como as equipes dos municípios onde há notificações devem fazer a busca ativa de casos, bem como o fluxo a ser seguido pela informação até o seu destino final e processamento na secretaria, antes de ser encaminhada ao Ministério da Saúde. A principal recomendação citada pelo subcoordenador da SUAS foi a necessidade das gestantes realizarem todos os exames do pré natal durante a gravidez e, em caso de suspeita de estarem grávidas, fazerem o quanto antes o teste de gravidez, mesma orientação do Ministério da Saúde.
“Fizemos o protocolo focando a necessidade de se ir além da luta contra o vetor transmissor da doença. É preciso que as gestantes procurem a unidade de saúde do seu bairro e iniciem os exames. Nossa preocupação é que essas mulheres e toda a família sejam bem acolhidas exatamente nesse momento que muitas vezes é aguardado como um sonho e não pode ser um motivo de preocupação. Com o protocolo disponibilizamos todas as informações a ser seguidas desde a menor unidade de saúde, até os hospitais de referência”, afirmou o coordenador da SUAS.
Até o momento, foram confirmados 136 casos de microcefalia. A Sesap havia notificado 140, mas 4 casos foram descartados. Dos confirmados, 4 casos são de gestantes e 132 em recém nascidos. Nos registros da 49ª semana epidemiológica, encerrada no último sábado (12), foram incluídos novos municípios: Passa e Fica (2), Nísia Floresta (1), São Bento do Norte (1), São Paulo do Potengi (2) e São Tomé (2).
Na reunião desta tarde ocorrida com os representantes dos municípios que foram elencados como prioritários no combate ao mosquito Aedes aegyptae, a Sesap definiu a meta de que, até o próximo dia 4 de janeiro, eles estarão recebendo os militares para esta operação: Natal, Caicó, Santa Cruz, Pau dos Ferros, Açu, Mossoró, Macaíba, Parnamirim, Ceará Mirim, Tangará e Apodi. Os militares serão capacitados pela Sesap nos dias 22, 23, 29 e 30 deste mês.
Anexo: Como segue o fluxo e acompanhamento das crianças:
- As crianças com microcefalia, conforme definição de caso suspeito, após a alta hospitalar deverá ser acompanhada pela equipe da Atenção Básica e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) do município de residência para o acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento da Criança (CD) – 5º Dia de Saúde Integral, bem como, deverá ser agendada para os serviços de referência especializados.
- As consultas e exames especializados deverão ser agendados através do Complexo Estadual de Regulação do SUS/RN e, de acordo com as pactuações vigentes.
- Os munícipes de Natal serão encaminhados para o Hospital Universitário Onofre Lopes - HUOL (Ambulatório de Pediatria UASCA -HUOL) e os demais municípios do Estado para o Centro de Especialidade em Reabilitação e Habilitação (CERHRN), antigo CRI, localizado na avenida Alexandrino de Alencar, em Natal.
- É necessário que todos os pacientes sejam referenciados com o encaminhamento do serviço de origem, portando os exames da mãe (pré-natal) e dos recém-nascidos realizados na maternidade, bem como, o número da notificação realizada pelo serviço.
- Em cada um desses serviços a criança será acompanhada por uma equipe multidisciplinar e seguirá um protocolo específico de acordo com cada necessidade.
- Quando da necessidade de avaliação diagnóstica via cariótipo, a criança deverá ser referenciada ao Laboratório de Genética Humana- LGH do CERH Estadual para realização de consulta com o médico geneticista e realização de exame. Na eventualidade de um atendimento mais urgente ou avaliação do geneticista, por exemplo, em UTI neonatal localizada na cidade de Natal, a mesma poderá ser solicitada através do endereço eletrônico crirn.gov@gmail.com .
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