sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Quem mentiu foi Eduardo Cunha, afirma Jaques Wagner sobre presidente da Câmara



O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta quinta-feira que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, mentiu ao afirmar que a presidenta Dilma Rousseff se encontrou com o deputado federal André Moura antes da aprovação do procedimento que dá início ao rito do processo de impeachment na Câmara.


Para o ministro, com a aceitação da abertura do processo de impeachment, as tentativas de chantagem ao governo com o tema deixarão de acontecer. Foto: Rafael Carlota/PR
Cunha afirmara mais cedo que a presidenta “mentiu” quando disse que seu governo e ela própria não autorizavam qualquer barganha, porque, segundo o presidente da Câmara, Dilma estivera com Moura e pedira apoio para aprovar a CPMF.
“Quem mentiu foi o presidente Eduardo Cunha. O deputado André Moura não esteve com a presidenta Dilma. Esteve comigo. Nunca conversei com o deputado Moura sobre arquivamento do processo”, disse Wagner. “Nunca conversei com o deputado André Moura, e e ele seguramente irá confirmar, sobre arquivar ou não pedido de impeachment. Até porque sou da tese que nós não podemos sustentar um governo o tempo todo ameaçado, chantageado, com a entrada ou não do pedido de impeachment. Eu sempre disse que o presidente da Casa decide o que ele quiser, e nós colocaremos número no plenário para barrar o impeachment sem causa, que virou a pauta única de alguns segmentos no Brasil”.
O ministro sustentou também que “a ferramenta da ameaça é a prática do presidente” da Câmara, “sempre ameaçando para conquistar o que ele quer”.
Wagner disse que, com a aceitação da abertura do processo de impeachment, as tentativas de chantagem deixam de acontecer.
“O que eu acho ótimo é que se sai da coxia e vem para o palco, acaba com qualquer tipo de chantagem”, disse. “Quando ficou feio para as oposições estarem se abraçando nessa negociação, ele veio tentar conosco e também não levou. O grande derrotado desse processo é o presidente da Casa, que vai ter que enfrentar sem ameaças o processo do Conselho de Ética [da Câmara]”.
Wagner declarou que o o instrumento do impeachment “deveria ser consequência de um fato determinado”, e não de uma tentativa de setores de oposição de encaixar a presidenta em uma situação hipotética de impeachment.
“É assim que diz o texto constitucional. Aqui eles andaram o ano inteiro com lanterna na mão procurando o que que dá para encaixar a presidenta Dilma no impeachment, e todo mundo sabe que não há dolo, que não há nenhum tipo de má fé, de nada errado com a presidenta Dilma”.
O ministro ainda comparou a utilização de ameaças de processo de impeachment com o que ocorre no futebol.
“Como se diz na gíria, quem perdeu em campo está tentando ganhar no tapetão”.
Vice-presidente
Wagner, que esteve presente na reunião desta quinta-feira da presidenta com o vice-presidente, Michel Temer, afirmou que Temer “tem uma trajetoria longa de ser um democrata e um constitucionalista”.
“Ele acha, como nós, que não há nenhum lastro para esse processo de impeachment”.

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