terça-feira, 14 de outubro de 2008

1 discurso de Fátima no plenário da assembléia pós eleição

Sr. Presidente,
Senhores e Senhoras Deputados e Deputadas,
Passado o 1o turno das eleições venho a esta tribuna fazer uma breve avaliação
do processo eleitoral em curso onde destaco a expressiva votação que o meu
partido obteve à nivel nacional, crescendo significativamente nas capitais e nas
cidades com mais de 200 mil habitantes, passando de 411 para 547 prefeituras,
num crescimento de 33%, apenas no 1o turno. Acrescento também o aumento
expressivo dos demais partidos aliados, como o PMDB, PSB, PcdoB, entre
outros.
Em segundo lugar, quero falar sobre a minha participação no 1o turno das
eleições como candidata a prefeita.
Disputei a eleição em Natal, cidade pela qual guardo sentimento de amor e
gratidão; cidade que me acolheu e que se tornou a minha grande paixão, não só
pela sua beleza, mas principalmente pelo seu povo. Aliás, foi esse sentimento
que me fez enfrentar o desafio de disputar novamente a eleição para a Prefeitura.
Nossa candidatura surgiu a partir da aliança que reuniu pela primeira vez , PT,
PSB, PMDB , PcdoB, PDT, PHS, PRB, PCB e PTN. Numa atitude inédita,
conseguimos construir em Natal, uma aliança que refletiu a base de apoio do
Presidente Lula, que tive a honra e o privilégio de protagonizar. Ao reunir nomes
importantes da política local e nacional como o presidente do Congresso
Nacional, senador Garibaldi Filho, a governadora do Estado do Rio Grande do
Norte, Vilma de Faria, o atual prefeito de Natal, Carlos Eduardo e o líder do
PMDB nesta casa, deputado Henrique Alves.
Como candidata, junto com o PT, tivemos a capacidade de reunir em torno de
nosso nome uma coalizão de partidos e os movimentos sociais, reafirmando
nossa trajetória de luta e de trabalho. Uma caminhada iniciada como presidente
do sindicato dos professores da rede pública de Natal, deputada estadual em dois
mandatos e deputada federal em segundo mandato.

Em comum durante esta longa jornada a reafirmação de uma trajetória de luta por
justiça social e pela melhoria das condições de vida dos mais humildes através da
educação.
Pautei a campanha pela qualificação política, pela apresentação de um projeto
sustentável para uma cidade tão bonita quanto complexa em seus problemas,
desafios e potencialidades. Tanto eu, quanto o professor Luiz Eduardo que me
honrou como companheiro de chapa, estávamos preparados para cuidar desta
cidade, como ele merece. O nosso desejo era de fazer Natal avançar sintonizada
com o projeto nacional em curso que combina crescimento econômico e
desenvolvimento social. Dotar Natal da infra-estrutura urbana e social necessária
para que ele cresça sem prejuízo de sua qualidade de vida.
Infelizmente não logramos êxito em mais uma tentativa de governar Natal. Mas
queremos reafirmar aqui o acerto de nossa aliança. Reafirmo mais uma vez que o
movimento político foi correto, quando tivemos a capacidade de superar
diferenças e nos unirmos em torno de um projeto para fazer a cidade avançar,
sintonizada com o nosso projeto no plano nacional.
Quero destacar o crescimento do PT no Estado e parabenizar a todos os
prefeitos, vice prefeitos e vereadores eleitos, desejando-lhes um excelente
mandato. Considerando a nossa coligação, seguramente somos a maioria de
Prefeituras e Câmaras de vereadores do RN.
Tenho a convicção que cumpri à altura a missão que me foi confiada, que
combati o bom combate. Apresentei ao povo de Natal o trabalho que já realizei
como deputada, bem como idéias e propostas para o presente e para o futuro. A
cidade fez outras escolha e não cabe a mim julgar essa opção. Eleição é uma
disputa de risco e é preciso grandeza nas vitórias e derrotas. Como sempre fiz
nas eleições anteriores, não me deixei abater e nem negligenciei o trabalho que
faço. Estarei aqui na Câmara Federal na mesma trincheira de luta, motivada
pelos mesmos ideais e compromissos que norteiam minha atuação política,
desde que abracei as causas do nosso povo nos movimentos sociais, na
construção do PT e no exercício dos mandatos populares e na luta em defesa da
cidadania.
Os nove partidos que compuseram a Coligação União por Natal conformaram
uma aliança de centro-esquerda e, como tal, representam um avanço histórico
que precisa ter continuidade para até mesmo porque isso dá nitidez política e
demarca campos de forças para disputas futuras;
Defenderei junto ao meu partido a manutenção da aliança entre PT-PSB-PMDB e
PCdoB e os demais partidos da coligação. Devemos permanecer unidos
trabalhando em prol do nosso Estado e do País. Afinal, foram estes os partidos
que lutaram contra a ditadura, pela democracia. Sob a liderança do PT e do
Presidente Lula teremos a oportunidade de ajudar a construir este novo Brasil, o
Brasil que está avançando rumo à distribuição de renda, geração de emprego,
educação de qualidade e inclusão social.
Não serão os revezes eleitorais que nos afastarão do caminho, do rumo que
temos a seguir, que é o de construir a correlação de forças políticas favoráveis,
para que esse bloco de perfil progressista, de perfil de centro-esquerda, continue
trabalhando pelo RN e pelo Brasil.
Finalizo, agradecendo cada voto depositado em nosso nome, as constantes
demonstrações de carinho, os nossos apoiadores, a garra e o trabalho de nossa
militância e a confiança das lideranças políticas que nos apoiaram.
Fizemos o que estava ao nosso alcance. O futuro próximo nos encontrará como
sempre assumindo as boas causas, fazendo o bom combate, pela cidade que
amamos e pela melhoria das condições de vida de seus habitantes.
Muito Obrigada!
Fátima Bezerra PT-RN

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Os três principais partidos de oposição ao governo Lula foram os que mais perderam prefeituras no primeiro turno da eleição de domingo.

Os três principais partidos de oposição ao governo Lula foram os que mais perderam prefeituras no primeiro turno da eleição de domingo. O DEM deixará o poder em 176 cidades; o PSDB, em 109; e o PPS, em 70.
A reportagem é de Alan Gripp e Letícia Sander e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 07-10-2008.
Embora com desempenho aquém do projetado por sua direção, o PT sai das urnas com o maior crescimento no número de municípios. O partido tem atualmente 391 prefeitos, esperava chegar a 700 e saiu das urnas com 548 eleitos.
Mas, pelo critério de número de votos nominais, o grande vencedor no primeiro turno é o PMDB. Seus candidatos a prefeito receberam 18,4 milhões de votos, embora o número de prefeituras do partido tenha ficado praticamente estável (de 1.212 para 1.194).
A comparação foi feita entre os resultados parciais da eleição divulgados até o fechamento desta edição pelo Tribunal Superior Eleitoral e a lista dos partidos hoje no poder, elaborada pela CNM (Confederação Nacional de Municípios), a principal entidade municipalista do país. Esse cruzamento retrata mais fielmente a realidade política brasileira, pois contempla o troca-troca partidário desde 2004.
O TSE havia computado até o final da tarde de ontem os votos em 5.544 municípios -em 29 deles, a eleição será decidida somente no segundo turno.
Além do PT, o PTB e siglas que compõe o chamado "bloquinho de esquerda" foram os partidos que mais ganharam prefeitos. O PT fez 157 prefeituras a mais do que tem hoje e ainda disputa o segundo turno em 15 cidades, entre elas 3 capitais (São Paulo, Salvador e Porto Alegre).
O PSB obteve o resultado mais consistente entre as legendas do bloquinho - 95 prefeitos a mais do que os 214 que governa hoje, de acordo com os dados da CNM. O PTB terá a partir do próximo ano 35 prefeituras a mais, e o PDT, 33. PC do B e PV também cresceram - cada um ganhou no primeiro turno 21 prefeituras a mais.
Hoje, os 14 partidos que apóiam o governo Lula no plano federal têm 3.360 prefeituras, contra 1.852 governadas pelas demais siglas. Os três principais partidos de oposição no plano federal - PSDB, DEM e PPS - têm juntos 1.761.
No primeiro turno desta eleição, os partidos da chamada base aliada conquistaram 4.036 cidades, um crescimento de 20% em relação a hoje. Os demais enxugaram seus quadros - saíram do primeiro turno com 1.479, uma queda de 20%. PSDB, PPS e DEM fizeram 1.406 prefeituras, de acordo com os dados parciais do TSE.
Parte do declínio do DEM no número de prefeituras se deve ao fraco desempenho da sigla na Bahia, na primeira eleição após a morte do ex-governador Antônio Carlos Magalhães. O partido tem atualmente 116 prefeitos, de acordo com a lista da CNM. Neste primeiro turno, só elegeu 44, aponta o TSE. Se comparado ao resultado no primeiro turno da eleição de 2004, a derrocada do DEM fica ainda maior (71%) na Bahia. Naquele ano, a legenda chegou ao poder em 153 cidades.
O PMDB, comandando na Bahia pelo ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), sai deste primeiro turno como o grande herdeiro do carlismo. Em 2004, os peemedebistas fizeram 20 prefeituras no Estado. Atualmente têm 57. Saem das urnas com 113.
O PT, do governador Jaques Wagner e que disputa com o PMDB o espólio político de ACM, elegeu 66 prefeitos no domingo - hoje tem 25, seis a mais do que elegeu em 2004.
Sob a liderança do governador Eduardo Campos, o PSB consolidou Pernambuco como um forte reduto do partido. Em 2004, a legenda fez 12 prefeituras no Estado. Agora, assegurou o controle de 49.
Considerando o número total de votos nominais computados até agora, o PT ficou em segundo lugar, atrás do PMDB, com 16,5 milhões de votos. Em terceiro, ficou o PSDB, com 14,45 milhões de votos, seguido do DEM, com 9,3 milhões, puxado pelo bom desempenho de Gilberto Kassab em São Paulo.
No fim da tarde, em reunião do conselho político, Lula ironizou a oposição, segundo relato de presentes: "Existem três partidos que estão muito nervosos: o DEM, porque perdeu muitas prefeituras, e o PSDB e o PPS, que perderam boas prefeituras".

Luziane Lins

"[Venci] Não porque tinha um marqueteiro legal, que é o Duda Mendonça, não porque tinha o presidente da República que está com alta popularidade, o Lula. Não é porque tinha Duda nem Lula. Se nós não tivéssemos feito um bom governo, nada disso seria importante para a gente ganhar no primeiro turno" – Luziane Lins, prefeita eleita de Fortaleza – PT – Folha de S. Paulo, 07-10-2008.
"Os donos do Ceará [como chama Tasso e Ciro], que achavam que Fortaleza tinha que ser recuperada para manterem seu status quo, viram que não é tão fácil assim, que Fortaleza é a princesa rebelde do Brasil” – Luziane Lins, prefeita eleita de Fortaleza – PT, que venceu o já no primeiro turno, derrotando candidatos apoiados por Tasso e Ciro– Folha de S. Paulo, 07-10-2008.

No último domingo perdemos todos, a cidade e o PT.

Sei que não é hora de encontrar culpados, mas, de identificar os erros da Direção. Só uma coisa é certa, no PT de Natal a era do fato consumado acabou.

Agora sim! É bater a poeira e retomar a Reorganização do nosso partido iniciada antes do processo eleitoral, fortalecendo os zonais (Norte, Sul, Leste e Oeste) e os núcleos de base, sem prescindir da formação política.
Vamos à luta! Todos juntos.
Fizemos uma bela campanha para vereador, particularmente foi uma campanha militante, alegre e agregou novos militantes ao PT.
Agradeço de coração a todos e a todas que nos ajudaram nessa jornada. Apenas começamos e, o último dia 5/10 é parte do processo político de disputa de projetos na cidade de Natal. Construímos referências na sociedade natalense que certamente nos ajudarão a continuar.


Convido a tod@s que acreditam na edificação de um projeto político que privilegia o debate, que respeita as opiniões, que não aceita discriminação, que defende a transparência da coisa pública e a participação da população nas decisões políticas, que quer o Brasil, o RN e Natal desenvolvidos com inclusão social a construirmos o PT em todos os recantos de Natal e, aí fortalecidos, nos próximos embates seremos vitoriosos!

Um forte abraço. ARAÚJO