Sakamoto: “Constituição de 88 é uma criança ainda, muito nova. Declaração Universal dos Direitos Humanos, não tem um século. Estamos muito longe de colocar em prática tudo aquilo que acordamos no passado”. Foto: Wikimedia Commons
O Prêmio de Direitos Humanos consiste na mais alta condecoração do governo federal às pessoas e instituições que promovem ações de destaque e relevância no âmbito da proteção, promoção e enfrentamento às violações dos direitos humanos no Brasil. Nesta 21ª edição, 18 categorias foram contempladas. O Blog do Planalto conversou com alguns premiados.
Pela sua atuação no combate ao racismo, Silvana Amaral, foi vencedora na categoria Igualdade Racial. Para ela, a importância desse trabalho é garantir que nenhum ser humano seja tratado como “descartável”.
“Todo ser humano tem que ter a garantia do seu direito respeitado, seja ele negro, LGBT, idoso ou mulher. Tivemos grande avanço nestes últimos anos, na permanência e manutenção desses direitos humanos. Eu acredito que com todo esse trabalho, o Brasil vai chegar num campo que todos os direitos serão respeitados”.
Índia Potyra Té Tupinambá: sociedade civil é porta-voz das violações e governo tem papel fundamental no cumprimento dos direito humanos. Foto: Marcelo Camargo/ABr
Para a índia Potyra Té Tupinambá, representante da Rede Thydêwá, contemplada na categoria Autonomia das Mulheres, a sociedade civil funciona como “porta-voz” das violações e o governo tem papel fundamental no cumprimento desses direitos.
“O papel do governo é importantíssimo, o governo precisa estar atento para essas violações e tomar atitude. Criar mecanismos para que esses direitos ao serem violados sejam imediatamente consertados e a situação resolvida”, comentou.
Ela acrescentou que a existência de secretarias especiais dentro do governo federal aumentou o acesso aos mecanismos de defesa.
“Quando se fala em direitos humanos é um tema muito esquecido. Direito das mulheres indígenas é ainda pior (…) A gente é muito invisível. É importantíssimo essas secretarias diversificadas e diferenciadas para cuidar de temas diferenciados”.
Segundo Isabela Pena Corby, do Coletivo Margarida Alves de Assessora Popular, vencedora na categoria “Dorothy Stang”, de Defensores Humanos, a instituição sempre atuou pela pauta de direitos humanos “entendendo que direito é forma de instrumentalizar e efetivar todos os outros direitos que ficam vulneráveis e muitas vezes a justiça não consegue chegar até eles”.
Na categoria Comunicação e Direitos Humanos, o agraciado foi o jornalista Leonardo Sakamoto, que se tornou referência nacional na divulgação da temática pelos meios de comunicação. Segundo ele, o governo tem responsabilidade grande, seja no papel de“proteger ou evitar” danos ao meio ambiente, às pessoas ou a sociedade. Nesse sentido, trazer o tema para o debate é o caminho para cumprimento desses direitos.
“A Constituição de 88 é uma criança ainda, muito nova. Declaração Universal dos Direitos Humanos, não tem um século. Estamos muito longe de colocar em prática tudo aquilo que acordamos no passado. Acredito que comunicar os direitos humanos, falar sobre direitos civis, políticos, econômicos, ambientais, sociais, culturais é importante, é fundamental para garantir a dignidade”, concluiu.
Fonte: Blog do Planalto
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