No Rio Grande do Norte foram notificados 27.525 casos suspeitos de dengue em 2016, até a semana epidemiológica número 12 (terminada em 26/03/2016), representando uma incidência de 929,2/100.000 hab. Os dados divulgados pelo boletim do Núcleo Estadual de Vigilância das Arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) indicam um aumento significativo no percentual de incidência comparando com o mesmo período de 2015. Enquanto, ano passado, a incidência era de 276,8/100.000 hab, o novo relatório constatou uma incidência de 929,2/100.000 hab.
Até o momento, foram confirmados 6,1% dos casos notificados, representando 1.692 casos, sendo 1.658 para dengue, 29 como dengue com sinais de alarme e cinco como dengue grave. De acordo com o Programa Estadual de Controle da Dengue (PECD), em 2016, 82 municípios do RN (49,1%) apresentam uma alta incidência acumulada de dengue, justamente aqueles que notificaram mais de 300 casos da doença por 100.000 habitantes. Outros 33 municípios com média incidência, e 39 com baixa incidência, além de 13 que estão silenciosos, ou seja, não notificaram nenhum caso suspeito de dengue nesse período.
Segundo o relatório, isso aponta para uma subnotificação de casos suspeitos e indica necessidade de sensibilizar os profissionais de saúde para a responsabilidade de notificarem todos os atendimentos que se enquadrarem na definição de caso suspeito para dengue definido pelo Ministério da Saúde. Ou seja: “Toda pessoa que viva ou tenha viajado nos últimos 14 dias para área onde esteja ocorrendo dengue ou que tenha a presença de Aedes Aegypti que apresente febre, usualmente entre 2 a 7 dias, e apresente duas ou mais das seguintes manifestações: náuseas, vômitos, exantemas, mialgias, artralgia, cefaleia, dor retroorbital, petéquias ou prova do laço positiva e leucopenia”, recomenda o relatório.
MUNICÍPIOS COM ALTA INCIDÊNCIA
Os municípios de Natal, com 5.648 notificações, Guamaré (2.405), Parelhas (1.335) e Currais Novos com 1.333 lideram o ranking de notificações da dengue até a 12ª semana. Quanto aos óbitos, o relatório mostra que a ocorrência de grande número no estado, caracterizando uma situação preocupante para a vigilância epidemiológica uma vez que o óbito por dengue é, em sua maioria, evitável. No ano de 2015 foram notificados 12 óbitos e em 2016 são 57 óbitos, destes, um confirmado para dengue grave e dois descartados.
CHIKUNGUNYA
Em 2015 foram notificados 4.313 casos suspeitos de chikungunya, destes, nenhum caso foi confirmado. Em 2016 foram notificados até a semana epidemiológica número 12 (terminada em 26/03), ou seja, 1.765 notificações. Dos casos de notificados em 2015, 44,7% (1.946) foram em Natal, 6,6% (288) foram notificados por Lajes e 6,2% (274) em Mossoró e os demais casos em 96 municípios. Em 2016, Natal notificou 68,6% (1.211), os demais municípios (60) notificaram 31,4% dos casos.
ZIKA
Em 2015, até a SE nº 12 foram notificados 311 casos suspeitos de zika vírus, em 2016 no mesmo período foram notificados 1.237, apresentando um maior número de casos na SE nº 7. Dos casos notificados, foram confirmados 73 em 2015 e 3 em 2016. Os casos notificados em 2015 estão distribuídos em nove municípios e em 2016 no mesmo período, em 53 municípios, destes, Natal é responsável por 829 (67%) dos casos, seguido por Mossoró com 77 (6%) dos casos notificados. Natal, com 829, Ceará-Mirim, com 272, e Mossoró com 77, são os três municípios com maior incidência de zika.
Diante da situação, a secretaria continua intensificando as ações e estratégias de combate ao aedes aegyptae, vetor transmissor das doenças. Os aplicativos Observatório da Dengue, desenvolvido em parceria com a UFRN, e o Aedes na mira estão colaborando para que a população denuncie focos do mosquito. Na Sala de Situação, instalada no 7º andar da Sede da Sesap, uma equipe multidisciplinar recebe as denúncias e as encaminha para os municípios correspondentes, numa ação permanente de monitoramento.
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