sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Sesap orienta como agir nos acidentes com animais aquáticos


         O litoral do Rio Grande do Norte apresenta uma extensão de aproximadamente 400 quilômetros de praias. No verão os acidentes com animais aquáticos, como as caravelas, água viva, ouriço-do-mar, peixe bagre e arraias, ocorrem com mais frequência, por ser o período de reprodução de alguns animais marinhos e pela grande quantidade de pessoas circulando nas orlas.
         Em áreas com atividade pesqueira é comum que os pescadores descartem o peixe bagre na beira da praia, por não ter um valor comercial significativo, ocasionando os acidentes, sendo os banhistas os mais afetados, pois podem pisar no espinho da região dorsal ou nas nadadeiras peitorais.
         A subcoordenadora de Vigilância Ambiental, Cintia Higashi, da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) lembra a população que a vacina antitetânica deve estar atualizada, não só nos casos de acidentes com animais aquáticos, mas também para outros tipos de acidente.
         A Sesap disponibiliza para população e profissionais de saúde os serviços do Centro de Assistência Toxicológica do Rio Grande do Norte (Ceatox), com atendimento telefônico em regime de plantão permanente 24h, prestando esclarecimentos em relação à prevenção, primeiros socorros e orientações necessárias em casos de acidentes com animais peçonhentos e exposição a quaisquer outras substâncias potencialmente agressivas ao ser humano. O Ceatox atende através dos números: 0800 281 7005 / 3232-7969 / 3232-4295 / 98803-4140.
         Abaixo algumas orientações para prevenção e quais as primeiras medidas em caso de acidente:

SINTOMAS DE ENVENENAMENTO POR CNIDÁRIOS (CARAVELAS E ÁGUAS VIVAS)
         Os sintomas de envenenamento por cnidários (caravelas e águas vivas) estão relacionados à ação tóxica imediata da peçonha. O acidentado apresenta dor imediata, persistente e intensa, seguida de erupção urticante (que queimam) como “linhas entrelaçadas”, surgindo de formas aparentes, nas áreas de contato com os tentáculos do animal.
         Ao coçar ou esfregar a pele já irritada devido a ação da peçonha inoculada dos tentáculos, se inocula involuntariamente mais peçonha, que continua ativa, mesmo após a morte do animal. Nos casos mais graves a vítima pode apresentar náuseas, vômitos, cefaléia, câimbras, dor abdominal, sialorréia, edema de glote, insuficiência respiratória e arritmias cardíacas, anafilaxia e choque. As manifestações sistêmicas graves estão mais associadas a acidentes com Physalia physalis (caravelas).

O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE COM CNIDÁRIOS
  • Na beira mar pode-se proceder a lavagem do local atingido com água do mar na tentativa de remover os tentáculos ainda aderidos à pele. Não utilizar água doce, por que intensifica o estado doloroso;
  • Manter na geladeira da casa de praia, abastecida com litro água do mar, em caso de acidente, utilizar compressa do local da lesão;
  • Não remover os tentáculos aderidos à pele com técnicas abrasivas (esfregação de panos, toalhas, areia), pois desencadeia mecanicamente o agravamento da dor;
  • A utilização de ácido acético a 5% (vinagre comum) neutraliza a toxina, aliviando a dor;
  • Os tentáculos ainda aderidos a pele podem ser removidos manualmente, com auxílio de pinças (utilizar luvas de procedimento) ou realizando a tricotomia (raspagem de pêlo) na área lesionada, de maneira suave, para remoção de fragmentos menores.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM CARAVELAS E ÁGUA VIVA
  • Evite entrar no mar caso haja a presença de caravelas e/ou água viva;
  • Evite aproximar-se de caravelas, pois seus tentáculos podem atingir até 30 metros de comprimento;
  • Evitar tocar em águas vivas ou caravelas aparentemente mortas, encalhadas na areia, pois os tentáculos ainda podem se fixar na pele e descarregar a peçonha.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM OURIÇO-DO-MAR
  • Caminhe sempre com calçados firmes de solado antiderrapante (tênis ou sapatilha) em locais rochosos ou com pedras soltas;
  • Fique longe das áreas com grande população de ouriço-do-mar;
  • Evite colocar as mãos em tocas ou sobre rochas;
PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM BAGRES E ARRAIAS (PEIXES)
  • Em praias, rios e lagos, quando andar dentro da água, tatear o caminho com um pedaço de madeira e arrastar os pés no chão, cuidadosamente ao caminhar.
  • Lavar o ferimento com água ou solução fisiológica;
  • Para alivio da dor, imergir a parte atingida em água morna na temperatura em torno de 45° ou colocar compressas úmidas mornas.
  • Em caso de processo inflamatório, procure assistência médica.

Contatos para entrevistas:

Cintia Higashi, subcoordenadora de vigilância ambiental: 98888-4276
Osmar Policarpo, coordenador do Ceatox: 98803-9758

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