sábado, 16 de julho de 2011
Atendimento falho e ineficiente
s problemas variam de unidade de saúde para outra, mas as deficiências do atendimento básico às pessoas, que procuram a rede municipal de saúde, vão além da falta de medicamentos. A manutenção dos prédios é um problema comum. Ontem a reportagem da TRIBUNA DO NORTE visitou cinco unidades de saúde, das quais três tinham problemas estruturais - Bela Vista, em Igapó; Vista Verde e Parque das Dunas, na zona norte.
alberto leandroPirangi: o problema é a falta de médicos do PSF e medicamentosPirangi: o problema é a falta de médicos do PSF e medicamentos
O líder comunitário no conjunto Vista Verde, na Zona Norte de Natal, Jefferson Andrade conta que no Parque das Dunas, além da falta de médicos no PSF, pois das três equipes, só tem um funcionando, os problemas de manutenção do prédio da unidade básica de saúde são graves. Tem "mofo" em quase todas as salas. Até a sala de curativo foi transferida para outro lugar por causa desse problema e o consultório odontológico foi interditado pela vigilância sanitária do município pelo mesmo motivo.
No local passou a funcionar a diretoria. Na Cidade da Esperança, onde funciona uma policlínica, o prédio até que está preservado. Mas lá, por exemplo, um aparelho usado na esterilização de instrumentos (autoclave) está encaixotado há oito anos, esperando uma destinação da parte da Secretaria Municipal de Saúde. O diretor Eleávaro Damião de Carvalho explicou que o autoclave da unidade "está funcionando e supre a sua demanda".
Ele informou, ainda, que outra autoclave que existia na unidade foi destinada ao Hospital Leide Morais, na Zona Norte. Na unidade de saúde da comunidade Bela Vista, logo depois de Igapó, o problema é o prédio. "Aqui só falta uma enfermeira", diz a diretora Edinalva Melo, que dirige uma unidade inaugurada em 1988, pré-moldada, que hoje é totalmente insalubre e com os ferros à mostra: "O secretário adjunto Fernando Dias veio aqui e sugeriu que a gente procurasse um local para a unidade".
Além disso, pacientes também estão voltando para casa, porque não encontram profissionais à disposição, como ocorreu com a dona de casa Clésia de Souza Silva, que precisou de uma enfermeira e não teve quem a atendesse nos conjuntos Pirangi e Jiqui: "Agora vou a Neópolis, ver se acho atendimento". Clésia Silva saiu a pé, debaixo de uma neblina, para Neópolis, na tentativa de encontrar uma enfermeira que, à tarde, lhe aplicasse um contraceptivo injetável, que ela trazia em mãos: "Tenho o anticoncepcional, mas não tem quem aplique".
Ela foi informada, nas unidades de saúde dos dois conjuntos da Zona Sul, que os enfermeiros da tarde estavam de férias e que o atendimento podia ser feito pela manhã. Um funcionário da policlínica do Pirangi, que não quis se identificar, disse que isso ocorre "porque não fazem concurso" para a contratação de pessoa, que possa substituir quem sai de férias, de licença ou está participando de congressos, como é o caso de dois médicos, cujos nomes aparecem em avisos, na porta de entrada da unidade do Pirangi.
Já no bairro das Rocas, embora a unidade básica de saúde, situada na rua Francisco Bicalho, esteja em boas condições, o problema também é a falta de médicos do PSF. Das quatro equipes, só tem um atendendo, os outros estão de férias ou de licença. O serviço está sendo feito por outros dois médicos que não são do PSF, informou duas funcionárias.
A escassez de medicamentos também é uma constante, conforme insinuou o aposentado Carlos Antonio de Lima, que é diabético e hipertenso. Ele precisa pelo menos de 60 seringas por mês para tomar aplicação de insulina em casa, mas só recebeu nove seringas esta semana.
Fonte :Tribuna Do Norte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário