Vitória de Obama é um estímulo à elevação da auto-estima do povo negro
O ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, comentou à Construindo um Novo Brasil, nesta quinta-feira (06)a eleição do presidente estadunidense Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos. De acordo com o ministro, a escolha de Obama neste momento de crise é uma sinalização positiva para o mundo todo. "A população negra, que teve uma história de segregação, de perseguição e de negação de direitos nos Estados Unidos há menos de 50 anos, hoje, tem a condição de eleger um presidente negro, superando toda uma fase quando o negro era associado a tudo de ruim, associado a incapacidade de raciocinar e de gerir até mesmo a sua vida. É uma sinalização importante para os negros americanos, para o povo americano e de uma forma é uma sinalização para nós brasileiros", destacou Edson.
Ele lembrou que o Brasil é o país fora da África com o maior número de negros. Para o ministro, o significado do pleito nos EUA ainda pode ser considerado como uma mensagem positiva para a população negra. "Negros que encontram-se ainda, na sua grande maioria, na base da pirâmide social de nosso país, é um estímulo para elevar sua auto-estima e lutar para ocupar condições mais qualificadas na vida", salientou.
Em relação a expectativa da administração Obama, o ministro avaliou que primiero é preciso pensar em "arrumar a casa" e resolver o problema da crise econômica americana que afeta o mundo todo. "Mas em segundo lugar eu espero que haja uma relação mais democrática, respeitando a autodeterminação dos povos da África e da América Latina e que se suspenda o embargo econômico à Cuba", disse.
Edson Santos também espera que o governo de Obama sirva para melhorar a imagem dos EUA no mundo. "Acho que quanto às relações dos Estados Unidos com o mundo é possível, a partir do Obama, melhorar a imagem do governo americano que hoje tem a política do cacetete, do grande porrete. É invasão do Iraque, ocupação do Afeganistão, ataque ao Irã. Eu espero que com Obama isso mude, que os Estados Unidos tenha, inclusive, como referência para a solução de impasses internacionais, a Organização das Nações Unidas, pois sabe-se que Bush ignorou-a solenemente no seu período de governo", ressaltou.
Relembrando o sonho de Martin Luther King Jr., no começo dos anos 1960, de que negros e brancos sejam considerados iguais em direitos e livres, Santos lamentou que ainda hoje exista grande parcela da população negra vivendo em condições de pobreza e miséria. "A questão do conceito de liberdade no seu sentido mais amplo pressupõe que a pessoa tenha a condição de se manter e manter a sua família. Nesse aspecto ainda existe uma parcela importante da população negra que não está totalmente livre", frisou.
Mas o ministro tem a esperança de reverter essa situação. "Fazemos parte do governo deste país, e a gente tem que ter sempre bem claro o nosso papel, a nossa missão, sempre em busca da construção de um ambiente que propicie a melhoria das condições de vida do nosso povo". Com o ingresso na classe C de uma parcela da população, 20 milhões de pessoas que vieram das classes D e E - e aí está uma grande parte da população negra - que têm se beneficiado com as políticas desenvolvidas pelo governo do presidente Lula, Santos já atesta uma melhoria das condições de vida da população mais pobre, e com isso impactando positivamente a população negra.
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