Os prenúncios da vitória de ObamaPor: Geraldo Pinto*
1 - O Fim do reinado dos Bush
Chega ao final o processo eleitoral mais badalado do planeta: a escolha para presidente dos Estados Unidos da América. Barack Hussein Obama II, descendente de quenianos é eleito o primeiro presidente negro da maior potência mundial, em meio a uma gravíssima crise econômica com proporções globais.
Está encerrado também o ciclo neoliberal inaugurado com a vitória de Ronald Reagan em 1980, que em dobradinha com a dama de ferro inglesa Margareth Thatcher dominou o pensamento mundial nas décadas de 80 e 90 do século XX. Os preceitos do vale-tudo para o mercado e da completa ausência do estado na economia foram sepultados com a crise da bolsa e a quebradeira dos bancos americanos e europeus. Há dezoito anosjá tinham sido sepultados o estado totalitário e ausência de escolhas com a queda do muro de Berlim. Vale ressaltar que durante os dois governos de Reagan Papa Bush era o vice-presidente e sucedeu o próprio Reagan, ficando no poder de 1981 a 1993.
Está retomado o processo iniciado por Bill Clinton (o primeiro presidente depois das Guerras Mundiais a não ser veterano de guerra), de estabelecer um novo posicionamento dos Estados Unidos no cenário mundial. O projeto de reformas educacionais, restrição à venda de armas, fortalecer leis de proteção ao meio ambiente reduzir barreiras comerciais e mediar conflitos internacionais (em especial o conflito entre Israel e o mundo árabe) foi interrompido pela fraude eleitoral de 2000, quando Al Gore, apesar de ter mais votos populares foi declarado perdedor para Litlle Bush numa apuração que demorou dias e onde as cédulas da Flórida (cujo governante era também outro filho de Papa Bush) ficaram sob suspeita.
A vitória do democrata Obama encerra a hegemonia dos BUSH. Mesmo John McCain queria distância de Papa e Litlle de Bush. Encerram-se quase três décadas de poder: Papai Bush foi vice de Reagan de 1980 a 1989, o qual sucedeu como presidente (1989 a 1993), interrompido pelos oito anos de Clinton, o clã retomou a presidência com Little Bush (2001 até janeiro de 2009). Tanto a presença do BUSH pai como o do Little Bush significaram a busca incessante por unir a indústria petrolífera com a indústria armamentista, a qualquer custo.
Declarações de "eixos do bem e do mal" e uma desenfreada especulação financeira, provocaram declarações de Guerra, desemprego, recessão econômica e um descaso com a ONU, com os organismos internacionais e com o multilateralismo. A sociedade industrial, tecnológica e economicamente mais desenvolvida do planeta vive várias contradições neste final de primeiro décimo de século XXI. A "América" já não é mais a queridinha das colônias do centro e do sul, muito menos da Europa Ocidental e está em guerra com o mundo islâmico. Com a crise financeira que realizou os lucros dos capitalistas e socializou os prejuízos, levando o estado a inserir trilhões de dólares para "evitar a quebradeira" ficou claro o produto final do reinado de Alan Greenspan à frente do Banco Central americano.
Especular com informações é a forma de surrupiar o estado e enganar os idiotas que acreditaram na "mão invisível" do mercado. Sem regulação, o laissez-faire dado aos "investidores" terminará sempre em especulação, sem respeito aos organismos e tratados internacionais, o mundo assistirá o proliferar de guerras, agressões ao meio-ambiente, intolerâncias culturais, étnicas, religiosas e a busca imperialista de impor um padrão através das armas.
Conseguirá Barack reverter este quadro? O mundo espera ansioso e torce para que Hussein Obama consiga.
(*) Geraldo Pinto é geólogo e presidente do PT-RN
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