O Ministério Público do RN vai investigar se o prefeito Álvaro Dias (PSDB) cometeu crime eleitoral com a distribuição gratuita de ivermectina para a população de Natal sob o pretexto de “prevenir” a Covid-19. O procedimento de investigação foi instaurado pela 4ª Promotoria Pública de Natal.
Em uma postagem no Facebook, o prefeito escreveu: “Está comprovado que esse medicamento é eficaz na prevenção do coronavírus e vamos usar essa arma em nosso favor para vencer a guerra contra essa pandemia”.
A afirmação do prefeito é desmentida pela ciência. Nenhum estudo científico comprova a eficácia da ivermectina na prevenção ou no tratamento da Covid-19. A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu nota no último sábado, 11, reforçando que o medicamento usado para escabiose e piolho não é recomendado para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus.
Integrantes do Comitê Científico da Universidade Federal de Pelotas (RS), criado para acompanhar a evolução da pandemia, divulgaram uma nota ontem alertando para os riscos do uso de medicamentos de eficácia não comprovada no tratamento da Covid-19.
Na nota, professores, médicos e cientistas afirmam que “é inadmissível a adoção de medidas que não seguiram os preceitos básicos da metodologia científica, o que traz riscos para a população e pode implicar na responsabilização ética e legal dos gestores”.
De olho na reeleição, Álvaro Dias se recusa a admitir que a redução do número de casos e de mortes de coronavírus no RN se deve principalmente às ações do Governo do Estado, como a abertura de 510 novos leitos, sendo 281 de UTI, a distribuição de mais de três milhões de máscaras para a população, a contratação de mais de 2.500 profissionais para atuarem no combate à Covid-19 e os decretos de isolamento social, sistematicamente boicotados pela Prefeitura de Natal.
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