sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mineiro cobra medidas permanentes para evitar alagamentos pela chuva


Mineiro cobra medidas permanentes para evitar alagamentos pela chuva
Fonte: O Jornal de Hoje
Diante das críticas acerca do atraso do governo federal na liberação de recursos para recuperar os estragos causados pelas enchentes no interior do estado, o deputado Fernando Mineiro (PT) classificou-as de "discussão miúda" e sugeriu que paralelamente às medidas emergenciais seja feita a gestão dos recursos hídricos como forma de garantir a solução permanente do problema, sem que anos após ano o intenso volume de chuvas cause destruição e deixe desabrigados. "Nós temos uma tradição e costume de tratar da indústria da seca e agora é da indústria da enchente", criticou.

O deputado afirmou ser necessário, sim, cobrar dos governos federal, estadual e municipal os recursos necessários para assistência dos desabrigados e recuperação de estradas, por exemplo. Porém, ele avalia que se não houver o enfrentamento do problema do ponto de vista estruturante, como a ordenação da ocupação e uso do solo ao longo das bacias hidrográficas, o problema não será resolvido. "Você nos jornais que no ano passado foram R$ 100 milhões em prejuízos, neste ano também e será sempre assim se não houver um debate sobre a essência do problema", opina. "Quantos barramentos, pequenos açudes, canais, diques são construídos clandestinamente que são responsáveis por alagamentos? Qual o impacto do processo de assoreamento do rio Piranhas-Açu? Como está o canal do Pataxó? É preciso identificar as questões estruturantes, verificar as matas ciliares, as construções irregulares ao longo das bacias hidrográficas e investir para além das questões emergenciais isso é problema de gestão dos recursos hídricos", avalia Mineiro.

O deputado estadual rebateu a oposição pelas críticas quanto ao atraso na liberação de recursos no ano passado e ao suposto descaso do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que sobrevoou os estados do Maranhão, do Piauí e do Ceará para verificar os estragos causados pelas enchentes, mas não veio ao RN. "Um terço do Maranhão está debaixo de água. É como se de Lajes para cá o RN estivesse alagado. Chuva não tem nada a ver com prestígio. É uma idiotice ficar com esse tipo de discussão, é uma coisa pequena usar a tragédia das pessoas como questão política", enfatizou.

Para Fernando Mineiro, as ações emergências devem ser colocadas em prática paralelamente à gestão de recursos hídricos para evitar a repetição do problema. "O que já se gastou com medidas emergenciais ao longo dos anos, se tivesse sido aplicado com os projetos estruturantes talvez já tivesse minimizado os problemas causados pelas chuvas", avalia.

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